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O que são agroflorestas – a agricultura que copia a natureza

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  Pedro Corrêa/Superinteressante Entenda como a técnica pode frear as mudanças climáticas, recuperar ecossistemas, libertar mulheres e melhorar a situação da fome no mundo. Sezefredo Cruz tentou por anos dominar a natureza. Abusava do fogo para limpar a mata e abrir espaço para suas plantações de banana, arroz, milho e feijão em Barra do Turvo, cidade na divisa entre São Paulo e Paraná. Por um tempo deu certo – o fogo fixa os nutrientes de forma rápida e a produção segue a todo vapor. Só que o processo também desgasta o solo. As pragas começaram a dominar as plantações. Sezefredo seguiu a recomendação tradicional: apostou nos fertilizantes e defensivos químicos. E, a cada novo ciclo, menos dinheiro parava no bolso do agricultor. A paisagem evidenciava os estragos: uma imensidão de terra sem vida, enfeitada com bananeiras fracas e plantas marcadas por pragas. Sezefredo plantava comida, mas só c

Agricultura sustentável: os modelos alternativos

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Em contrapartida ao método de produção da agricultura moderna e resgatando os métodos produtivos tradicionais dos camponeses e indígenas, surgem modelos de agriculturas sustentáveis – que promovem a reconexão do homem com a natureza. Diante da expansão do modo de produção capitalista durante a revolução industrial, criou-se a necessidade de levar o mesmo modelo industrial das linhas de produção e da produção em escala ao campo. A demanda por matéria-prima para sustentar a indústria levou os países industrializados a propor uma revolução verde no campo. A agricultura tradicional, que priorizava a utilização exclusiva dos recursos naturais e da mão-de-obra direta, praticada em pequenas propriedades e destinada à subsistência da família camponesa, desde o fim da segunda guerra mundial, iniciou um processo de declínio. E, na década de 60, passou a perder espaço para uma nova agricultura chamada ‘moderna’, que se caracterizou pelo vasto uso de insumos externos, ut

O valor sintrópico do capim - adeus herbicida

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Na primeira parte desse artigo, falamos um pouco sobre uma outra maneira de olhar para o capim e contamos o caso do capim gilete na Amazônia. Dessa vez queremos compartilhar com vocês outros três casos reais em Agricultura Sintrópica que tivemos o privilégio de acompanhar. Sistema com capim entre as linhas de eucalipto, banana, cítricos e manga Ernst implementou na Fazenda da Toca, em 2015 Apesar de ter encontrado uma barreira cultural na primeira tentativa de usar o capim, a ideia de incluir esse elemento savânico nas dinâmicas de um plantio sintrópico continuava presente nos desenhos de Ernst Götsch e pode ser testada em outros trabalhos de consultoria que ele realizou em uma fazenda no Mato Grosso e na Fazenda da Toca em São Paulo. Neste último caso, o Ernst conseguiu iniciar e acompanhar de perto vários modelos. A espécie eleita foi o colonião Panicum maximum, com a variedade conhecida como mombaça. Escolhido por sua grande produtivid

O valor sintrópico do capim - mudando o ponto de vista

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Quem acompanha o trabalho do agricultor e pesquisador Ernst Götsch sabe que ele tem incluído espécies polêmicas em seus sistemas há alguns anos. Em destaque, dois clássicos: o capim e o eucalipto. A reação de quem ouve o conselho pela primeira vez é de espanto, afinal, a ficha criminal dessas plantas é longa. O eucalipto é acusado de secar o solo, de ter efeito alelopático e de ser exótico. Já alguns capins carregam a fama de serem plantas invasoras, daninhas e pragas. Às vezes herdamos alguns conceitos pré estabelecidos, e nem paramos para refletir sobre eles. Será que temos preconceito contra algumas plantas? Felipe, Dayana e Ernst - bastidores Fui testemunha ocular de alguns casos e quero compartilhar aqui com vocês, pois acredito que eles podem nos ajudar a olhar o capim por uma nova perspectiva. Sobre o eucalipto contamos em outra oportunidade Origens de alguns tipos de capim Vindos do continente africano, os gêneros Brachiaria e Panicum (colonião) são cap

O que é Agricultura Sintrópica?

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Não existe uma resposta rápida. Temos que ser francos e, logo de cara, avisar que aqui você não vai encontrar uma receita pronta para copiar e colar. A agricultura sintrópica (também descrita como agrofloresta sucessional) não é um pacote tecnológico que pode ser comprado, nem um plano definitivo de design ajustável para todos os gostos. Ela é, antes de tudo, uma mudança no olhar. É uma nova proposta de leitura dos ecossistemas que abre caminho para que o agricultor aprenda a buscar suas respostas usando outro raciocínio, bem diferente do que estamos acostumados. A Agricultura Sintrópica é constituída por um conjunto teórico e prático de um modelo de agricultura desenvolvido por Ernst Götsch , no qual os processos naturais são traduzidos para as práticas agrícolas tanto em sua forma, quanto em sua função e dinâmica. Assim podemos falar em regeneração pelo uso, uma vez que o estabelecimento de áreas agrícolas altamente produtivas, e