6 tipos de abelhas nativas do Brasil para você conhecer
As abelhas nativas ou abelhas sem ferrão (ASF)
já viviam no Brasil muito antes das espécies estrangeiras aportarem por
aqui. Também conhecida como “melíponas”, elas povoam diversos biomas do
território brasileiro com mais de 300 espécies. Elas se alimentam do
pólen que tiram das flores e formam seus ninhos em buracos ocos de
troncos das árvores.
As abelhas nativas são muito dependentes da preservação da mata em
que estão e uma colônia pode até morrer se for retirada da árvore em que
está instalada. Por isso, a vida de nossas abelhas está ameaçada pelo
desmatamento. Uma das alternativas para a conservação das espécies
nativas está na meliponicultura, que garante a criação racional de
abelhas sem ferrão. No Brasil, estados como o Maranhão, Rio Grande do
Norte e Pernambuco, entre outros do Nordeste brasileiro, possuem polos
bem sucedidos de meliponicultura. Entre as espécies locais exploradas
encontramos a tiúba, a jandaíra e a uruçu. A jataí, marmelada,
mirim-guaçu, mirim-preguiça, iraí e mandaguari também são comuns em
meliponários.
Conheça outros tipos de abelhas nativas e suas especificidades:
Melipona scutellaris – Uruçu, urussu,
urussu-boi, irussu, eiruçu, iruçu: são abelhas grandes, famosas por seu
porte avantajado. Elas polinizam culturas de abacate, pimentão e pitanga
e são encontradas na região Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba,
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe). Na Bahia é uma espécie
bastante explorada devido a facilidade de criação e a excelente produção
de mel. Embora seja uma espécie que esteja sendo amplamente distribuída
para além de suas áreas limites por meio do tráfego ilegal, é
reconhecida como ameaçada de extinção nas suas áreas de distribuição
natural (Fragmentos de mata atlântica do Nordeste);
Melipona quadrifasciata – Mandaçaia,
mandassaia, mandasái, manassaia, amanassaia: as subespécies se adaptam
muito bem às regiões sul e sudeste do país, e têm grande incidência em
toda a costa atlântica. É uma abelha robusta e que poliniza culturas de
abóbora, pimentão, pimenta-malagueta e tomate;
Melipona fasciculata – Uruçu-cinzenta,
tiúba, tiúba-grande, jandaíra-preta-da-Amazônia: São também excelentes
produtoras de mel. Há registros de colônias estocarem até 12 litros de
mel. Encontrada no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil (Maranhão,
Mato Grosso, Pará, Piauí, Tocantins). São importantes na polinização do
açaí, berinjela, tomate e urucum;
Melipona rufiventris – Uruçu-Amarela,
tujuba, tujuva: é comum nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, São Paulo, Tocantins. Seu mel é
muito saboroso, por isso muito procurado. Dependendo do tamanho da
colônia, e em uma área de boa florada, conseguem produzir até 10 kg de
mel ao ano. É uma espécies reconhecida como ameaçada de extinção porque
suas áreas naturais de distribuição (cerradão) estão desaparecendo;
Nannotrigona testaceicornis – Iraí: abelha
indígena, pertencente a tribo dos Trigonini, encontrada principalmente
em zonas tropicais (Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina,
São Paulo). Também constrói ninhos em muros de concreto, blocos de
cimento e tijolos. Se adaptam bem à áreas urbanas;
Tetragonisca angustula – Maria-seca,
virginitas, virgencitas, angelitas, abelhas-ouro, mariita, mariola,
jataí, españolita, ingleses, mosquitinha-verdadeira, my-krwàt, jimerito,
ramichi-amarilla, moça-branca, jatahy-amarello, trez-portas, jatihy,
jatai-piqueno, jatay, jaty, jatahy, mosquito-amarelo: abelha indígena,
pertencente a tribo dos Trigonini, amplamente distribuída na América
tropical (Brasil, Bolivia, Colombia, Equador, Peru, Venezuela, Guianas,
Suriname, Honduras, Nicaragua, Guatemala, Panamá, Costa Rica, México). É
uma espécie que se adapta bem a ambientes urbanos. Talvez seja a
espécie mais criada racionalmente pela facilidade de adaptação em caixas
e porque requer pouco espaço. Seu mel é denso e muito apreciado. A
sabedoria popular indica este mel para o tratamento de visão.
A importância de meliponicultura
Por meio da criação de Abelhas Sem Ferrão (ASF) é possível produzir
vários tipos de mel e ainda contribuir para a conservação das diferentes
espécies. A atividade auxilia no equilíbrio biológico dos biomas
brasileiros e na preservação de espécies vegetais. A meliponicultura
também é sustentável e altamente adaptável a comunidades tradicionais,
assentamentos e cooperativas agrícolas. Quer saber mais sobre as ASF e
como conservá-las? Acesse o site do (PNAN) e acompanhe as ações
realizadas em prol da conservação das espécies. Acompanhe também nossa
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Texto originalmente publicado em 8 de novembro de 2017.
Por Programa Nacional Abelhas Nativas
Fonte https://ecoa.org.br/6-tipos-de-abelhas-nativas-do-brasil-para-voce-conhecer/
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